ALERTA DO TCE

Prainhas da região têm falhas no controle da qualidade da água

Por Wesley Pedrosa | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Prefeitura de Araçatuba
Monitoramento precário em locais de lazer em Araçatuba, Buritama e Barbosa levanta preocupações sobre impactos ambientais e riscos à saúde
Monitoramento precário em locais de lazer em Araçatuba, Buritama e Barbosa levanta preocupações sobre impactos ambientais e riscos à saúde

Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP), divulgado nesta semana, revelou uma série de problemas ambientais em prainhas da região noroeste paulista, em municípios como Araçatuba, Barbosa e Buritama. De acordo o levantamento divulgado pela TV Tem, foram destacadas falhas estruturais na gestão ambiental desses espaços, que são bastante frequentados por moradores e turistas, especialmente em períodos de calor.

No dia 20 de maio, o TCE-SP realizou uma fiscalização surpresa em 112 municípios para avaliar a coleta e o tratamento de esgoto, a drenagem urbana e as condições de balneabilidade das prainhas. No noroeste paulista, 21 cidades foram vistoriadas, e os resultados revelaram sérias falhas no cuidado com os recursos hídricos.

Das localidades fiscalizadas, 13 não possuem qualquer tipo de monitoramento da qualidade da água, e em 20 não há sinalização visível informando sobre as condições dos rios. Além disso, em sete prainhas foram encontradas espumas ou manchas na água, e em uma delas havia presença de animais mortos.

Entre os principais problemas encontrados, estão a ausência de monitoramento da qualidade da água, a inexistência de sinalização sobre as condições dos rios e a presença de poluentes visíveis, como manchas, espumas e até animais mortos. Em algumas localidades, foram registrados indícios de lançamento de água não tratada diretamente nos rios, agravando ainda mais a situação.

Araçatuba

No caso de Araçatuba, além de não haver sinalização adequada sobre a balneabilidade da água, foi constatado o lançamento de efluentes não tratados, o que pode explicar a presença de manchas verdes e o mau cheiro característico que incomoda visitantes.

A istração municipal informou que o serviço de tratamento é responsabilidade da concessionária GS Inima Samar, que realiza análises periódicas e adota medidas para garantir a qualidade da água captada no Rio Tietê. Apesar disso, o relatório indica falhas no acompanhamento dos impactos ambientais causados por essa captação.

Buritama

Em Buritama, que também aparece entre os municípios listados com falhas no monitoramento da água, a prefeitura afirmou estar tomando providências para resolver a situação. Um processo licitatório está em andamento para contratar uma empresa especializada que fará o controle da qualidade da água, além de prestar apoio técnico à equipe de meio ambiente do município.

Barbosa

Barbosa, outra cidade da região com prainha às margens do Tietê, também foi citada no levantamento como uma das que não realizam monitoramento nem disponibilizam sinalização visível sobre a qualidade da água para os banhistas. O relatório do TCE-SP aponta que, assim como em outras localidades, há riscos relacionados à saúde pública e ao meio ambiente caso medidas efetivas não sejam adotadas.

Noroeste

No total, a fiscalização do Tribunal de Contas abrangeu 112 municípios paulistas, sendo 21 apenas no noroeste. Dos locais visitados nessa sub-região, a maioria não realiza monitoramento da água por conta própria e sequer informa aos frequentadores sobre as condições dos rios. Em alguns casos, foram identificadas fontes de poluição urbana e industrial, falta de licenciamento ambiental válido nas estações de tratamento de esgoto e ausência de planejamento público para mitigação desses impactos.

Entre as cidades onde não há monitoramento da água estão Araçatuba, Barbosa, Buritama, Cardoso, Icém, Indiaporã, Mendonça, Mesópolis, Rubinéia, Sales, Santa Albertina, Santa Clara d’Oeste e Santa Fé do Sul. Esses municípios, que contam com prainhas bastante visitadas por moradores e turistas, enfrentam um cenário preocupante que coloca em risco tanto a saúde da população quanto o potencial turístico da região.

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