COMPRIMIDO

Sogra suspeita de matar nora diz que envenenamento foi acidental

Por | da Folhapress
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Reprodução / Redes Sociais/Uol
A mulher, de 68 anos, disse que nem ela, nem a nora, sabiam que o medicamento estava envenenado.
A mulher, de 68 anos, disse que nem ela, nem a nora, sabiam que o medicamento estava envenenado.

Elizabete Arrabaça, suspeita de matar a nora envenenada em Ribeirão Preto (SP), afirma que Larissa Rodrigues morreu após tomar acidentalmente um remédio que estava com veneno de rato. O MP-SP disse que a sogra pesquisou sobre "chumbinho" na internet.

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A mulher, de 68 anos, disse que nem ela, nem a nora, sabiam que o medicamento estava envenenado. A argumentação, que será analisada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, foi enviada por uma carta escrita a mão pela suspeita no sábado e juntada pela defesa ao inquérito.

Segundo Elizabete, Larissa teria tomado um comprimido de omeprazol que era da cunhada. Nathalia Garnica, irmã do marido da professora, morreu um mês antes dela. O corpo foi exumado pela polícia em 23 de maio para apurar a possibilidade de outro envenenado.

Elizabete teria pegado alguns remédios na casa da filha após sua morte. Na carta, ela escreve que Nathalia havia comprado o raticida para usar em sua casa e, por isso, a substância tóxica teria, de alguma maneira, infectado os medicamentos -matando a nora.

Em uma visita na casa de Larissa, a nora teria pedido um comprimido para sogra. De acordo com ela, a mulher disse que não estava se sentindo bem do estômago após comer uma marmita e pediu para tomar o remédio que a sogra carregava na bolsa.

"A conclusão que cheguei nesses dias orando muito à Deus e suplicando uma luz divina foi de que a Nathalia havia colocado o veneno nas cápsulas de omeprazol, não existe outra explicação, infelizmente perdi duas filhas", disse Elizabete Arrabaça.

A idosa diz ainda que, por também ter tomado o comprimido, corre risco de morrer. No escrito, ela se dirige ao ''meritíssimo juiz'' e cita uma série de problemas de saúde que vêm enfrentando nos últimos dias. ''Sei que estou definhando, muita fraqueza, tentei escrever porque ainda estou na cadeia e piorando a cada hora'', falou.

"Quero deixar bem esclarecido que eu sou inocente e meu filho Luiz Antonio também. Nós nunca faríamos qualquer maldade com um ser humano e nem com animais de estimação, somos uma família de amor, graças a Deus em nome de Jesus Cristo", disse Elizabete Arrabaça.

Prisão temporária dela e do filho Luiz Antônio Garnica foi prorrogada ontem. A detenção dos dois, que estão presos desde 7 de maio, se encerraria nesta quinta-feira, mas foi estendido por mais 30 dias. O juiz José Alberto Bernardi Liberal argumenta que a manutenção deve ser feita porque ainda há apurações ''ainda pendentes de conclusão''.

"Se não bastasse, o teor da carta agora aportada aos autos, redigida pela investigada, acentuada a necessidade de manutenção da prisão dos investigados, objetivando o necessário aprofundamento das investigações", disse o juiz José Alberto Bernardi Liberal.

A professora de pilates Larissa Rodrigues, de 37 anos, morreu em março e um exame revelou envenenamento. Ela foi encontrada morta pelo companheiro no apartamento do casal. O laudo toxicológico concluiu a causa da morte como envenenamento após encontrarem a substância popularmente conhecida como ''chumbinho'' no corpo da vítima.

Veneno teria sido istrado ao longo da semana da morte de Larissa. Em entrevista coletiva, o delegado Fernando Bravo informou que a professora de pilates contou a algumas amigas que estava se sentindo mal, com sintomas como diarreia, toda vez que a sogra a encontrava.

Sogra tentou comprar chumbinho 15 dias antes. A suspeita teria ligado para uma amiga, que é proprietária de uma fazenda, perguntando se ela possuía a substância. Segundo o delegado, ela ainda perguntou onde poderia comprar o produto.

O marido Luiz Antonio tentou se desfazer de provas limpando o apartamento. De acordo com Bravo, o médico encontrou a esposa já com rigidez cadavérica e tentou limpar o apartamento para se livrar de pistas que pudessem ligá-lo ao caso. ''A participação dele ficou bem evidente para nós'', afirmou.

Médico mantinha relação extraconjugal

No dia anterior à morte de Larissa, o suspeito teria ido ao cinema com a amante. Quando a polícia cumpriu mandados de busca e apreensão no apartamento do casal, os investigadores também encontraram a mulher no local, que ou a ser investigada.

Motivação do crime, no entanto, continua sendo apurada. Os celulares da vítima, do médico, da sogra e da amante foram apreendidos e estão sendo analisados.

O que dizem as defesas

Defesa de Luiz nega que cliente tenha envolvimento na morte de Larissa. O advogado Julio Mossin disse que ainda não teve o aos autos, mas ''adianta que o Luiz não matou a esposa e nem concorreu para tanto''.

Advogado de Elizabete disse que não irá se manifestar no momento. Bruno Corrêa informou que a investigação ocorreu sob sigilo e deve ser liberada hoje para as partes. Por isso, aguarda para comentar sobre o assunto.

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