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Médico explica: 'criança não morre de fome com dias sem comer'

Por Bruno Mendes/JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Reprodução/Redes Sociais
Dr. Alexandre Duarte, médico especializado em fisiologia metabólica e hormonal (CRM-SP 162757) viralizou após comentar sobre alimentação de crianças
Dr. Alexandre Duarte, médico especializado em fisiologia metabólica e hormonal (CRM-SP 162757) viralizou após comentar sobre alimentação de crianças

 A preocupação dos pais com a recusa alimentar em crianças é constante, mas nem sempre motivo para alarme, segundo o Dr. Alexandre Duarte, médico especializado em fisiologia metabólica e hormonal (CRM-SP 162757). Em um vídeo recente no Instagram (@dralexandreduarte) - que viralizou nesta quarta-feira (4) - o especialista foi enfático: “A criança não vai morrer de fome. Ficar dois, três dias sem comer não é o fim do mundo”.

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De acordo com o Dr. Duarte, o problema reside, muitas vezes, não na falta de apetite, mas no excesso de estímulos e nos hábitos alimentares inadequados. “Pança cheia não tem fome. Só vontade de porcaria”, exemplifica, destacando que o que está em jogo não é a fome fisiológica, e sim o desejo por alimentos hiperpalatáveis – como doces e produtos processados –, um reflexo direto do ambiente alimentar contemporâneo.

A Fome Real e o Apetite Emocional

Para o médico, a distinção entre esses dois conceitos é crucial. A fome real é uma necessidade biológica de nutrientes, fazendo com que o corpo aceite qualquer alimento. Por outro lado, o desejo por comidas específicas, como chocolate ou pizza, geralmente indica saciedade fisiológica associada ao apetite emocional ou à busca por prazer.

Quanto Tempo uma Criança Pode Ficar Sem Comer?

O Doutor esclarece que, do ponto de vista fisiológico, uma criança saudável pode ar até 15 a 20 dias sem ingerir alimentos antes de apresentar um risco grave, desde que esteja hidratada e monitorada. Naturalmente, essa janela não é uma recomendação, mas serve para ilustrar que o corpo infantil possui reservas e mecanismos de adaptação muito mais eficazes do que se costuma imaginar. Ao contrário do pânico comum, um jejum moderado em crianças sem fome aparente não é imediatamente perigoso. O Dr. Alexandre critica o receio excessivo dos pais diante de um ou dois dias de recusa alimentar, o que frequentemente leva a compensações com guloseimas e a formação de hábitos prejudiciais.

Criança que Recusa Comida Está Doente?

Não necessariamente. Segundo Alexandre, a recusa ocasional por parte da criança não é um indicativo automático de doença ou desnutrição. O organismo humano, incluindo o infantil, possui mecanismos naturais de regulação do apetite. Se a criança está saciada, é normal que ela rejeite mais comida – especialmente se houver exposição contínua a alimentos ultraprocessados e recompensas emocionais.

O verdadeiro perigo, segundo ele, está em interpretar qualquer negativa como um sinal de problema. Forçar a alimentação, principalmente com itens calóricos e de baixo valor nutricional, pode contribuir para o desenvolvimento de distúrbios alimentares futuros e aumentar o risco de obesidade infantil, já classificada como uma epidemia global pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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